O olho é a quinta parte do corpo mais atingida em acidentes de trabalho
A visão é responsável por 85% da integração do indivíduo com o meio, contudo, ainda é negligenciada em muitos aspectos, principalmente no que diz respeito à atividade profissional. Em outras palavras, o aumento da incidência dos traumas do tipo evidencia o quanto o brasileiro tem deixado a saúde ocular em segundo plano no ambiente de trabalho.
De acordo com informações da Previdência Social, o número de ocorrências dobrou nos últimos dois anos, e o olho tornou-se a quinta parte do corpo mais atingida pelos acidentes de trabalho, correspondendo a cerca de 4% das lesões e ficando atrás apenas de ferimentos no joelho (4,3%), nos pés (8,6%), nas mãos (8,7%) e nos dedos (30,4%).
Estima-se que a maior parte dos acidentes oculares acontece depois de três horas ininterruptas de trabalho, e a recomendação é a de que os funcionários façam uma pausa de pelo menos quinze minutos após este período. O uso dos óculos de proteção, um equipamento de proteção individual (EPI), também é fundamental para a diminuição do risco de acidentes, uma vez que o emprego adequado do equipamento reduz em até 90% o número de ocorrências.
Já para os indivíduos que trabalham com computadores, a pausa deve ser feita depois de duas horas de cumprimento das funções, uma vez que cerca de 75% dos usuários com até 40 anos são portadores da síndrome da visão no computador (CVS). Dentre os sintomas, estão a ardência e sensação de areia nos olhos, visão embaçada e dores de cabeça.
Segundo especialistas, a síndrome é uma doença ocupacional intrinsecamente ligada a fatores ergonômicos, como a distância da tela, a posição em relação aos olhos, a iluminação do ambiente, e claro, o tempo de exposição. Além disso, o cansaço visual decorrente pode diminuir em até 20% a produtividade do funcionário, bem como acarretar outros problemas mais graves.